Na luta pela memória dos filhos, Mães de Maio são ligadas ao crime pelo próprio Estado que os matou

Fernando Luiz de Paula levou o dia todo para terminar um bico como pintor. Chegou em casa no Munhoz Junior, bairro periférico de Osasco, exausto. A região é formada essencialmente por trabalhadores sem dinheiro para viver na metrópole de São Paulo, distante dali a menos de uma hora a carro. Depois de dar um beijo na mãe, Zilda, decidiu tomar uma cerveja para relaxar —rotina de muitos moradores dos bairros pobres, depois de um dia inteiro na labuta. Era 13 de agosto de 2015.